Campo de anotações aleatórias que eventualmente pode criar algo útil.
Deve ser um problema da minha cabeça, mais especificamente dos meus neurônios sobrevivemtes. Nesses últimos dias, pensei numa variedade de coisas para escrever e agora a única coisa que me resta em mente é o esquecimento dessas coisas. Nunca me considerei um ser de memória invejável, mas ultimamente tenho tido muita injeva das minhas células nervosas que deixaram a vida. Talvez elas estejam de férias, desconectadas da realidade, então consideraria tais células os organismos vivos mais afortunados deste mundo, contudo, apenas se puderem voltar à realidade plenamente descansadas.
Realmente estava precisando de uma desconexão. Passei trabalhando muito desde o início do ano, praticamente sem férias psicológicas, que é, de longe!, o mais fundamental de todos os descansos. Agora o futuro que tanto esperei se apresenta aos meus olhos, finalmente. Mais um ou dois messes no limbo e volto à vida: coisas novas para estudar, trabalho novo para fazer e um início de mês relativamente sussegado com alguma grana na conta.
Mas, com certeza, o melhor de tudo é a possibilidade de poder planejar a vida. Alguma segurança é fundamental para se fazer isso, felizmente agora ela se apresenta de forma consistente. Mas nada de certo, é apenas uma possibilidade. Pelo menos vai depender apenas de meus neurônios poder realiazar algo sustentável, que não me dirija a outros perídos de incertezas estruturais e que me permita algumas férias psicológicas.
É impressionante como as coisas parecem ridiculamente evidentes depois que conseguirmos entendê-las pela primeira vez. Isso já não era novidade para mim para muitas coisas. Já passei horas, dias ou semanas tentando entender algum problema, buscando uma solução e quando finalmente conseguia sempre parava e reparava quão óbvia era a tal solução e como poderia ser tão idiota em perder tanto tempo. O tempo sempre cobra pelo aprendizado e isso me preocupa muito.
Talvez o problema maior se apresente no próprio tempo. Podemos levar uma vida para aprender a viver o tempo. Ás vezes fico entediado, apenas querendo dormir e não enfrentar os problemas. Como se não bastasse o tempo que perco não resolvendo alguma coisa, também sinto que deixo de viver. Em geral, nunca podemos desenvolver alguma teoria ou método que seja correto, apenas podemos saber o que não funciona. Isso parece a coisa mais cruelmente correta sobre a natureza. Talvez pior que isso seja reparar que o tempo gasto para verificar que algo não funciona está irremediavelmente perdido para vida de uma pessoa. Ainda assim, quando achamos o caminho, talvez possamos dizer que vivemos.